
5 Dicas para dormir melhor na terceira idade
Medidas cotidianas que podem ajudar para uma boa qualidade do sonoAo longo da vida, o sono adquire características que são próprias da idade. Na infância e adolescência, por exemplo, são exigidas mais horas de descanso para acompanhar o desenvolvimento. Para os idosos a recomendação é que pessoas com 65 anos ou mais durmam de 7 a 8 horas por noite.
No entanto, não é apenas o número de horas de sono que muda com a idade, mas o padrão de sono também se altera. Nos idosos ocorrem modificações da arquitetura de sono com redução do estágio mais profundo do sono e maior fragmentação de sono, caracterizada por aumento do número de despertares e do tempo acordado após adormecer. Dessa forma, o idoso costuma ter a sensação de sono não reparador e acorda muitas vezes durante a noite.
Algumas medidas cotidianas podem ajudar para uma boa qualidade do sono:
- Manter a rotina. A manutenção da regularidade nos horários de dormir e acordar é fundamental para o melhor funcionamento do organismo.
- Exposição ao sol. A luz é um dos principais sincronizadores do nosso ritmo vigília-sono. A exposição à luz natural pela manhã proporciona uma melhor qualidade de sono e reduz sintomas de distúrbios de humor como a depressão.
- Revisão dos medicamentos em uso. O uso de múltiplas medicações podem impactar o sono. É sempre válido uma revisão com o médico, principalmente em relação aos horários de administração das medicações.
- Vida ativa. Praticar exercícios físicos, manter uma vida social e frequentar grupos onde façam atividades. Se manter ativo durante o dia, facilita o processo de relaxar e adormecer no período da noite.
- Ritual do sono. Atividades relaxantes como um momento de leitura, atividades manuais, técnicas de relaxamento e meditação próximas ao horário de dormir auxiliam o corpo a desacelerar e se preparar para o sono.
Nas situações nas quais as queixas relacionadas ao sono são persistentes, mesmo com bons hábitos, é necessário considerar a avaliação de um especialista.

Os superidosos
Pessoas com superneurônios que desafiam a passagem do tempoA fonte da juventude eterna é um desejo universal. Para além deste desejo humano, a existência dos chamados "superidosos" representa um desafio e uma oportunidade para compreender a raiz da saúde cerebral e do envelhecimento saudável.
O superidosos são pessoas com mais de 80 anos que mantêm características físicas e cognitivas de um adulto 20 a 30 anos mais jovem. Um amplo estudo do Centro de Tecnologia Biomédica da Universidade de Madrid, mostra que em alguns indivíduos a atrofia da substância cinzenta cerebral relacionada à idade, especialmente nas áreas ligadas à memória, progride mais lentamente do que em “idosos normais”. Os resultados foram recentemente publicados na revista científica The Lancet Healthy Longevity.
Um órgão de maturação lenta
O desenvolvimento do cérebro humano é um processo lento, que começa na concepção, atinge a maturidade entre os 20 e 24 anos, e não termina até a morte.
Até alguns anos atrás, acreditava-se que, uma vez atingida a maturidade cerebral, não havia como substituir neurônios e reparar conexões perdidas. Hoje sabemos que o cérebro tem áreas específicas (nichos) em que células progenitoras (células-tronco) podem ajudar a reparar ou substituir neurônios que degeneram ou são danificados.
Ainda assim, o cérebro de uma pessoa idosa tem menos capacidade de regeneração, o que se traduz em uma diminuição da capacidade cognitiva. O surpreendente é que, nos superidosos, essa perda inexorável não implica em alterações graves na qualidade de vida, o que aumenta sua resiliência e reserva cognitiva.
A reserva cognitiva é a capacidade do nosso sistema nervoso central de equilibrar e otimizar seu funcionamento para enfrentar doenças neurodegenerativas. Esta capacidade também está associada a fatores como a atividade intelectual: ler, escrever e socializar.
A memória episódica
A memória episódica, responsável por armazenar as informações das experiências de vida pessoal, é um dos domínios cognitivos mais vulneráveis à deterioração relacionada com a idade. Doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, geram um grave declínio da memória, porém, a redução do desempenho da memória é considerada parte natural do processo de envelhecimento. Os superidosos, no entanto, parecem resistir a este declínio e apresentam uma memória episódica tão boa como a de adultos saudáveis 20-30 anos mais jovens.
Os "superageres" apresentam algumas características em comum: se mantêm fisicamente ativos, apresentam melhor saúde mental do que os idosos típicos; queixam-se com menos frequência de não dormir o suficiente; mostram maior independência no dia-a-dia; e satisfação nas relações sociais;
O que explica essa capacidade dos superidosos?
O estudo mostra que os superidosos possuem um grupo de neurônios maior que o normal, em uma estrutura cerebral envolvida na preservação da memória (camada 2 do córtex cerebral entorrinal). Essas células nervosas poderiam estar relacionadas ao conceito de reserva cognitiva.
A descoberta dos superneurônios levanta a seguinte questão: se podemos favorecer seu aparecimento durante o neurodesenvolvimento ou na infância. A combinação de ambos os fatores — a prática de hábitos saudáveis e a existência de células nervosas excepcionais — abre as portas para possíveis novos tratamentos e explorar os mecanismos de promoção do superenvelhecimento.
Fonte: https://theconversation.com

As principais alergias na terceira idade
A rinite alérgica é a de maior prevalênciaApesar de tratar-se de um quadro com baixa gravidade na maioria dos casos, as alergias podem provocar sérios impactos na qualidade de vida do idoso.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, as principais alergias em pacientes com mais de 60 anos são as respiratórias, sobretudo considerando que as vias respiratórias e os pulmões tendem a se alterar com a idade. A rinite alérgica é a de maior prevalência, trata-se de uma alergia de pouca gravidade, mas sem o devido cuidado, impacta significativamente na rotina do idoso. Em segundo lugar está a asma – comumente associada à rinite.
Já entre as incidências dermatológicas, o prurido ocorre com maior frequência, seguido de urticária, alergia a medicamentos e dermatite de contato.
Ainda, também é bastante comum a alergia nos olhos, comprometendo pálpebras, cílios, conjuntiva, córnea e úvea dos idosos.⠀
O tratamento das alergias na terceira idade não difere das recomendações para outras idades. No entanto, cada caso precisa ser analisado de forma minuciosa, levando em consideração outros fatores como a saúde do paciente de uma forma geral. Atitudes preventivas são sempre recomendadas, sobretudo de controle ambiental, que podem ser bastante benéficas.

Polifarmácia do idoso
Fazer uso de cinco ou mais medicamentos simultaneamenteOs remédios são importantes aliados quando estamos doentes, mas abusar deles pode não ser uma boa ideia. Fazer uso de cinco ou mais medicamentos simultaneamente caracteriza a chamada polifarmácia ou interação medicamentosa, situação de risco para qualquer pessoa e, em especial, para os idosos, principalmente, quando envolve a automedicação.
Usar fármacos desencontrados, sem supervisão médica ou com múltiplas supervisões que não conversam entre si, pode causar consequências para o bem-estar do paciente, já que os princípios ativos dessas substâncias podem interagir entre si. A polifamácia pode levar a danos colaterais diversos, como problemas de memória, fragilização dos ossos, falência renal, insuficiência hepática e até risco de morte.
A polifarmácia também aumenta a chance de erro na hora de o paciente tomar os medicamentos. Ter muitos medicamentos na rotina torna mais difícil a organização de dias e horários, o que pode atrapalhar o tratamento.
É possível praticar uma polifarmácia saudável, mas apenas com acompanhamento e receita médica.
O uso de muitos remédios pode ser necessário para tratar certas condições de saúde e manter, ao mesmo tempo, o alívio dos sintomas, por exemplo. Mas a revisão das medicações em uso deve ser feita periodicamente pelo médico, ponderando a indicação, se ainda é necessário, se há alguma interação medicamentosa e se o efeito está sendo observado.
Para ajudar a diminuir esses problemas, é importante ter sempre por perto a lista dos medicamentos usados (nome, dosagem e frequência), não tomar medicação sem indicação e necessidade e não suspender medicação sem antes passar por uma avaliação médica.

Síndrome do ninho vazio e aposentadoria - atenção com os pais idosos!
Privados das obrigações de trabalho e do contato diário com os filhos, alguns experimentam um enorme vazio na vida. Independentemente de ser homem ou mulher, em geral, os pais se sentem abatidos e deprimidos.O avanço da idade geralmente é acompanhado pela perda de sistemas de apoio social, como a aposentadoria, a saída dos filhos de casa e o falecimento de parentes e amigos. Todas essas mudanças na rotina de uma pessoa idosa podem trazer um sentimento de tristeza e solidão.
A síndrome do ninho vazio é um sofrimento excessivo associado à perda de função dos pais, quando os filhos saem de casa. Não é uma condição clínica e costuma amenizar com o tempo, mas pode agravar quadros de depressão e ansiedade. A aposentadoria também pode ser um gatilho para uma sensação de inutilidade. Afinal, “sem filhos para cuidar ou trabalho para cumprir, para que eu sirvo?”, podem pensar alguns.
Privados das obrigações de trabalho e do contato diário com os filhos, alguns experimentam um enorme vazio na vida. Independentemente de ser homem ou mulher, em geral, os pais se sentem abatidos e deprimidos.
Nessa fase é preciso descobrir novas atividades e interesses. Exercitar o cérebro, aprender uma língua, viajar e sair com os amigos, são oportunidades de reencontrar motivação e alegrias. Práticas como exercícios físicos, alimentação balanceada e cuidados com o corpo, contribuem para a saúde física e o equilíbrio emocional. O apoio e carinho dos filhos e familiares próximos também é fundamental para que essa fase passe de forma mais breve.
Porém, é preciso estar atento aos sinais de depressão, nos idosos, ela ocorre frequentemente associada a outras doenças e deficiências médicas. Para o sucesso do tratamento, além do médico, é possível envolver psicoterapia, intervenção farmacológica, atividade física e grupos de apoio.

Os 5 I’s da Geriatria
Os 5 I’s da Geriatria e Gerontologia são síndromes geriátricas que afetam a funcionalidade e a qualidade de vida da pessoa idosa. Esse conceito foi proposto pelo geriatra britânico Bernard Isaacs para dividir as grandes síndromes mais comuns no processo de envelhecimento: Incontinências (urinária e fecal), Insuficiência Cerebral, Iatrogenia, Imobilismo e Instabilidade.
Os impactos desses temas são de extrema importância, sua identificação e manejo constituem desafios para indivíduos idosos, familiares e profissionais de saúde.
1. Incontinência
É a perda involuntária de urina e/ou fezes. O quadro pode ser causado por doenças crônicas, por dificuldades de mobilidade, fraqueza da musculatura pélvica ou mesmo em consequência de alguma intervenção cirúrgica.
2. Insuficiência das Funções Cognitivas
Também chamada de incapacidade cognitiva, ela envolve a perda temporária, definitiva ou progressiva das habilidades cognitivas. As capacidades cognitivas envolvem a memória, percepção, linguagem, atenção, a capacidade de discernimento e o comportamento social.
3. Instabilidade postural
Com as alterações no sistema osteomuscular, a postura é afetada e tende a se tornar mais instável. Essa é uma das principais justificativas das quedas em idosos, que podem ter graves consequências, afetando a saúde e a independência na terceira idade.
4. Iatrogenia
São intervenções realizadas por profissionais da saúde que pioram o estado de saúde do idoso. Em geral, elas são malsucedidas porque desconsideram o processo de envelhecimento e as suas particularidades. Pode acontecer na prescrição inadequada de tratamentos, exercícios ou um plano de alimentação, por exemplo.
5. Imobilidade
A imobilidade inclui a perda progressiva parcial ou total dos movimentos, causada por algum tipo de limitação. Conforme se agrava, ela afeta o cotidiano e pode fazer com que o idoso tenha que usar cadeira de rodas, permanecer acamado ou ser institucionalizado.
O conceito dos 5 M’s da Geriatria foram criados como uma resposta aos 5I’s, e abrangem os cinco aspectos essenciais que devem ser abordados no atendimento ao idoso, como uma forma mais eficaz de comunicar e cuidar.